
O que é a MGF?
A  remoção do clitóris “Mutilação Genital Feminina” e “Circuncisão  Feminina” são usadas para se referir ao mesmo fenômeno: a excisão, a  clitoridectomia, a infibulação e todas as outras práticas semelhantes.  Ela é comum em 28 países da África, além de regiões do Oriente Médio e  da Ásia e é feita por parteiras ou por mulheres idosas da comunidade,  que utilizam objetos cortantes, como lâminas ou pedaços de vidro. As  meninas são submetidas a uma operação sem quaisquer tipos de anestesia e  preparação sanitária ou médica, os objetos chegam a ser utilizados por  diversas vezes sem que sejam esterilizados.

Tipo I- Clitoridectomia
Na  forma mais comum deste procedimento o clitóris é seguro entre o dedo  polegar e indicador, puxado para fora e amputado com um corte de um  objeto afiado. O sangue é estancado através de gazes ou outras  substâncias. Os praticantes mais "modernos" aplicam um ou dois pontos na  zona do clitóris para estancar a hemorragia.

Tipo II- Excisão
A  principal diferença é a gravidade do corte. Usualmente o clitóris é  amputado e os pequenos lábios são removidos total ou parcialmente,  muitas vezes com um mesmo golpe. O sangue é estancado com ligaduras ou  com alguns pontos, que podem ou não cobrir parte da abertura vaginal.
Os tipos I e II correspondem geralmente a 80-85% de toda a MGF.

Tipo III- Circuncisão faraônica ou infibulação
É  a forma mais extrema de mutilação, e consiste na remoção do clitóris e  pequenos lábios, juntamente com a superfície interior dos grandes  lábios, que são unidos através de pontos ou espinhos/picos sendo as  pernas atadas durante 2 a 6 semanas. É deixada uma pequena abertura para  permitir a passagem de urina e sangue menstrual (tem normalmente 2-3 cm  de diâmetro, mas pode chegar a ser tão pequena como a cabeça de um  fósforo).

Se  a abertura da infibulação for suficientemente grande, a mulher poderá  ter relações sexuais depois da gradual dilatação, que pode demorar  semanas, meses ou, em alguns casos, tanto tempo como 2 anos. Se a  abertura for demasiado pequena, tradicionalmente recorre-se à  desfibulação antes de se ter relações sexuais, normalmente efetuada pelo  marido ou um parente feminino usando uma faca ou pedaço de vidro. Em  quase todos os casos de infibulação, é necessário recorrer a  desfibulação durante o parto para permitir a saída do feto e, para tal, é  essencial a ajuda de uma parteira pois podem ocorrer complicações para a  mãe e/ou o feto.

(Mulher mutilada em trabalho de parto)
Tradicionalmente,  a re-infibulação é feita após a mulher dar à luz. Tal é feito para  criar a ilusão de virgindade, já que uma pequena abertura vaginal é  culturalmente entendida como capaz de dar maior prazer ao homem. Devido  aos cortes e suturas repetidos, as consequências físicas, sexuais e  psicológicas da infibulação são maiores e mais duradouros do que os  outros tipos de MGF.
Não é permitido às mulheres falarem sobre esse assunto o que faz com que o seu sofrimento seja silencioso.

(Re-infibulação feita após o parto)
Todos  os tipos de MGF envolvem remoção ou danificação do normal funcionamento  dos genitais externos femininos e pode dar origem a um variado número  de complicações físicas como hemorragias, retenção urinária e  incontinência, fístulas, infertilidade e infecções (na vagina, reto,  bexiga), AIDS (porque os instrumentos utilizados nas operações não são  apropriados nem devidamente esterilizados, propagando o vírus por todas  aquelas que forem sujeitas à mutilação com os mesmo objetos), hepatite  B, tétano, infertilidade, complicações de parto e em último caso, a  morte. Dos efeitos psicológicos, alguns incluem ansiedade, terror,  humilhação e traição.

(Mulher mutilada com grave infecção)
Alguns  especialistas sugerem que o choque e trauma da “operação” podem  contribuir para os comportamentos “mais calmos” e “dóceis”, considerados  características positivas em sociedades que praticam MGF sendo mesmo  durante o ritual, acompanhada por uma sessão sobre o papel da mulher na  sociedade. 

Em  muitas culturas desde os países de Africa a Ásia, acreditam que a  mutilação genital feminina está certa, os pais, mas mais propriamente a  mãe e a avó tem voto na matéria, elas acreditam que se a jovem não for  "cortada" nunca irá arranjar um marido, isso é a pior coisa que pode  acontecer a uma jovem; tal jovem ter se sujeitado à MGF é uma condição  prévia do casamento. Se uma mulher não for mutilada pensa-se que ela não  é pura e encaram-nas como prostitutas e são excluídas da sua própria  sociedade. Algumas razões que são apontadas para a realização da MGF:  assegurar a castidade da mulher, assegurar a preservação da virgindade  até ao casamento, por razões de higiene, estéticas ou de saúde, também  se pensa que uma mulher não circuncidada não será capaz de dar à luz, ou  que o contato com o clitóris é fatal ao bebê, e ainda, que melhora a  fertilidade da mulher.

Estima-se  que a cada 15 segundos uma mulher é mutilada no mundo. Um número  impressionante e assustador. Esse costume é, acima de tudo, uma  crueldade sem motivo para existir, que acaba com a vida de muitas  mulheres. Enquanto você estava lendo esta matéria, centenas de mulheres  foram mutiladas no mundo.
 
 
 
 
 
 
 
 

 
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