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Lingua Cokwe

Postado: Kitaloji On 23:16 2 comentários



A comunidade étnica Cokwe cobre uma parte significativa do País nas regiões do Leste, desde o ângulo superior direito até à fronteira Sul, depois de atravessar o rio Kubangu.Com um número superior a 357.693 falantes, é formado pelas etnias Lunda Lwa-Cinde, Lunda Ndembu. A área de difusão da língua Cokwe situa-se a Nordeste e Leste, abrangendo a totalidade das províncias das Lunda Norte e Sul, a província do Muxiku, com um prolongamento profundo para a província do Kwandu Kubangu.
O Cokwe é considerado como uma língua transnacional pelo facto de a sua área de difusão se estender para além das fronteiras nacionais.Ele é falado na República Democrática do Congo e na República da Zâmbia.


Esta situação deve-se a factores históricos.


Referia José Redinha, em ‘’Etnias e culturas’’, que ‘’’’as línguas actualmente faladas em Angola são, pela ordem de antiguidade, a bosquímana ou bochimane, a língua banta e a língua portuguesa.
De todas elas, apenas a língua portuguesa possui forma escrita, o que muito influiu para a divulgação do português nas populações angolanas.

A linguagem falada ou glótica das populações de Angola inclui alguns códigos de língua secreta ou artificial, utilizados em tempos por associações secretas ou semi-secretas, e actualmente em ritos sociais ou de puberdade masculinos. São usados pelos iniciados durante os períodos de estágio nas escolas do mato e rigorosamente proibidos logo que retornem à vida normal nas suas povoações.
Nota-se também a existência de termos de carácter puramente religiosos, empregados nas práticas culturais, mais ou menos misturados com elementos da linguagem corrente. São estes termos, por regra, de origem arcaica, e utilizados para aquele fim.

A par destas falas especiais e particulares, encontramos outras, reservadas, tendo por objectivo manter conversação entre os próprios sem serem compreendidos pelos circunstantes estranhos ao grupo. Em Angola, existem também as chamadas linguagens tamboriladas que, mormente em épocas passadas, eram transmitidas por meio de tambores, de que o modelo mondo, ainda existente, constitui instrumento especializado para o efeito.

Este instrumento encontra-se muito divulgado, testemunhando bem, na sua dispersão actual, a intensa aplicação que deve ter tido em épocas passadas.
Henrique de Carvalho, referindo-se ao uso do mondo entre os Lundas, deixou registada, entre outras, esta passagem:

‘’Para chamar toda a gente às armas (assisti a esta convocação no acampamento de Xa Madiamba), dizia o mondo: acuarunda ó chipata congolo, ucuete uta, ni cabuita mulimo, munguletanhi, munguletanhi – Povo da Lunda, os guerreiros, os que têm espingardas e frechas, venham todos com ellas, venham todos com ellas’’.
Na região da Lunda e no Cuango, assistimos ao emprego do mondo entre os Lundas, Quiocos, Xinges e Bangalas. Os tocadores de mondo necessitam de bastante experiência conforme nos afirmaram.
Também, nem todos são capazes de ouvir convenientemente as mensagens. Interpretam-nas movimentando os lábios como ajuda à captação e interpretação.

No entanto, entre os Bangalas, observámos a emissão de mensagens longas e pronta resposta.
O alcance depende da topografia da região e das correntes aéreas, mas admitem os africanos que é normal transmitirem para 10 quilómetros, podendo, em condições óptimas, alcançar muito mais longe.
Há, sem dúvida, uma técnica tipicamente africana e não fácil de interpretar, no uso de transmissões acústicas. O etnomusicólogo Kubik tratando de estruturas e escalas musicais africanas, dá uma explicação por essa via, nos termos seguintes:

‘’Hoje em dia podemos ter como certo que uma série de tribos africanas afinam os seus instrumentos de acordo com sílabas da língua ou com fórmulas verbais. As fórmulas verbais mnemónicas e onomatopaicas têm grande relevância nas culturas sem escrita, como meio de preservar a tradição, constituindo um importante instrumento de ensino. As crianças aprendem a tocar tambor e outros instrumentos por meio de fórmulas verbais e silábicas. O ducto melódico de passagens de tambor representa palavras e frases, imitando as alturas dos sons, os glissandi, a claridade das vogais e outros caracteres linguísticos rítmicos e dinâmicos. É neste princípio que se baseiam os tambores falantes africanos’’.

Entre os Quiocos encontram-se referências a uma espécie de linguagem assobiada, por meio de apitos, usada pelos caçadores, e nas antigas acções de guerra. No Cassai, tivemos oportunidade de observar o emprego local do designado ‘’gesto falante’’, linguagem gesticulada ou mímica, para a comunicação entre as margens largas do curso, pelo menos como auxiliar de linguagem propriamente dita.
Ainda quanto à linguagem assobiada, usavam os antigos Lundas uns apitos, com os quais afirmavam transmitir, com segurança, diversas mensagens. O processo consistia em emitir certas onomatopeias musicais muito conhecidas, ou imitar o canto de algumas aves cujo código é dado pelas canções do folclore.’’’’

ASPECTOS FUNDAMENTAIS E PARTICULARES DA LÍNGUA ‘’UTCHOKWE’’ (segundo J.V. Martins)


Fonética

Alfabeto e seus caracteres

De acordo com o quadro fonético dos caracteres, preconizado pelo Instituto de Cultura e Línguas Africanas, que adiante apresentamos, as vogais são como em português: a, e, i, o, u. São breves ou longas. A vogal e (breve) na pronúncia, rápida antes da vogal, geralmente soa como i. Exemplo:

Pembe atoma; penbiatoma (cabra branca).
Ngombe apema; ngombiapema (boi bom).

Regra geral não há ditongos: ai, ao, eu, ou.
Quando há duas vogais finais, formam duas sílabas, sendo a primeira sempre acentuada. Por isso, empregamos as semivogais w e y para acentuar a vogal seguinte, ou das sílabas anteriores ou seguintes. O w emprega-se em substituição do u: Exemplo:

Ku-fua; ku-fw-a (morrer).

O y substitui o i breve. Exemplo:

limbia; y-im-by-a (panela).

A grafia do r utchokwe é um assunto muito discutido e que ainda não está bem resolvido. Escreve-se r ou l, conforme o parecer de cada um. Em algumas regiões de Angola, onde há mistura de tutchokwe com luenas, ambundos, ganguelas, umbundos, luchazes e outros, substitui-se o r por l.


Quase todos os livros que temos visto escritos em língua Utchokwe, quer nas missões protestantes quer católicas, escrevem l em vez do r. Ora, se bem que os Tutchokwe não pronunciem o r forte, muito menos pronunciam o l, mas sim um r línguo-palatal tão fraco como aquele que nós pronunciamos na palavra ‘’arara’’. O facto de , nas publicações em Utchokwe, editadas pelos missionários protestantes e católicos, se escrever l em vez de r, dá-nos a entender que, nas regiões onde essas publicações foram feitas, os tutchokwe pronunciam mais acentuadamente o l. Os próprios nativos da região nordeste da Lunda dizem que, tal pronúncia é antiga e de mistura com a língua Umbunda, enquanto nesta região o r se deve à influência dos lundas e quimbundos.

Dum modo geral, dá-se preferência à ortografia sónica. Todavia, em casos consagrados pelo uso, empregámos as fórmulas vulgarmente conhecidas, com o propósito de obter uma melhor compreensão.
Como o nh português se prestava a confusões, pela decomposição de n e h aspirado, adoptámos o grupo ny.
No intuito de ser melhor compreendido e auxiliar o leitor, junta-se, a seguir, os quadros fonéticos dos grafemas preconizados pelo Instituto de Cultura e Línguas Africanas e dos que empregámos para escrever a língua dos Tutchokwe.

Quando há duas vogais iniciais, o i ou o e funcionam como semivogais. Por isso, o i é substituído e grafado com y.
Exemplo:

Iáia; yaya (irmão mais velho)
Áiáia; ayaya (irmãos mais velhos.

As consoantes são: b, c, d, f, g, h, j, k, l, m, n, p, q, r, s, t, v, x, z e soam também como em português, devendo observar-se todas as indicações adiante mencionadas.

Grafia e pronúncia

Em utchokwe, ou quioco, como esta língua é mais conhecida, de acordo com algumas normas estabelecidas para a escrita das línguas bantas, dá-se a cada letra um valor único em qualquer situação em que ela se encontra, isto é, a cada signo um som e a cada som um signo.
Assim, o s tem sempre o valor de ss e de c antes de e ou l.
O g nunca vale j. Pronuncia-se sempre ‘’guê’’.
O j pronuncia-se sempre como em português nas palavras ‘’José’’ e ‘’justo’’.
O o nunca é empregue com o valor de u.
O q e o c, nos seus valores duros, são substituídos por k.
O c só se emprega combinado com o h = ch.
O problema mais delicado surge-nos com a grafia dos sons ch e tch, em virtude de estes valores aparecerem frequentemente nas línguas bantas e serem representados por formas diversas, consoante os autores (c, cx, tx, ch, tch e ainda sh e tsh).
Nós adoptamos os grupos ch e tch, tendo o primeiro o som ch português da palavra ‘’chá’’ e o segundo o som da palavra inglesa ‘’match’’, que soa como tche ou tsh.
O f, quando precedido de p, de t ou de qualquer outra consoante, deve pronunciar-se muito fraca e suavemente.
O h é sempre aspirado, excepto quando combinado com c – ch.
O p e o h não se combinam; pronunciam-se separadamente, notando-se bem a aspiração do h.
O r é sempre línguo-palatal, muito suave, e pronuncia-se como em inglês, aproximadamente. Não tem o nosso r forte nem rr dobrados.
Encontram-se outras particularidades, destinadas a fixar a índole da pronúncia utchokwe, que facilmente se compreendem, como sejam: mb, mp, nd, ng, nz, dj.
Tanto o m como o n nasalam sempre com a consoante seguinte, mesmo que sejam precedidas de vogal.


Contracções e elisões


Em utchokwe, tal como em todas as línguas, também há contracções e elisões que convém notar, antes de entrar no estudo morfológico.
Assim, temos:



A+a contrai-se em a. Exemplo:

Ku-fwa atfu = kuf’átfu (morrem pessoas)

A+e contrai-se em e. Exemplo:

Na endele = n’endele (eu andei).

A+i contrai-se em e. Exemplo:

Na injile ou na injye = n’enjile (eu adoeci).

A+o contrai-se em o. Exemplo:

Kana ombo = kan’ombo (põe ovos)

A+u contrai-se em a. Exemplo:

Mawta = ma’ta (espingardas)

E+a contrai-se em a. Exemplo:

Membe a-ya = memb’á-ya? (de quem são os pombos)


E+e contrai-se em e. Exemplo:

Pembe enda = Pemb’enda (as cabras andam)

E+i contrai-se em i. Exemplo:

Pembe yono = pem’yono (a cabra está aqui)

I+i contrai-se em i. Exemplo:

Nzambi kuri yetwe = Nzambi kur’yetwe (Deus ‘está’ connosco)

Como se vê pelos exemplos atrás referidos, a vogal a cai antes de a, e, i e o; o e cai antes de a, e e i, enquanto o i apenas cai antes de i. Convém notar, porém, que nenhuma vogal se contrai com outra vogal inicial de um prefixo concordante ou complemento determinativo. Exemplo:

Yimbia ya etuwe = Yimbia y’etwe (a nossa panela).

O acento tónico recai sempre na penúltima sílaba, salvo raras excepções, visto a maioria das palavras serem graves.
Como adoptamos a grafia indicada no quadro fonético já citado, a acentuação tónica faz-se utilizando as semivogais w e y, como em inglês, evitando, assim, uma profusão de acentos.

Sílabas

Todas as palavras terminam em vogal e nunca em consoante.
Não há ditongos an, en, in, on, un. Por esta razão, tanto o m como o n nasalam sempre com a consoante que lhes segue e nunca com a vogal antecedente; e são puras quando seguidas de uma vogal.

Exemplo:

Ngaje = nga-je (fruto da palmeira ‘’den-den’’ e não négage , como muita gente diz).
Ngombe = ngo’mbe (boi)
Mpafu = mpa-fu (fruto semelhante a grandes azeitonas, produzido pela árvore resinosa mupafu).
Ndongo = ndo-ngo (agulha)
Nzambi = Nza-mbi (Deus supremo)
Mbunge = mbu-nge (coração)
Nzango = nza-ngo (amor)

Morfologia

Classe dos substantivos

Em utchokwe, tal como em todas as línguas bantas, dividem-se os seres em determinado número de classes, cujo conhecimento é absolutamente necessário, a fim de se poder estabelecer a perfeita concordância entre as diferentes palavras de qualquer oração.
Exceptuando as pessoas e alguns animais, que têm nomes especiais para cada sexo, todos os restantes são comuns de dois, ou epicenos, havendo, assim, cinco formas de géneros, a saber:
Dois géneros distintos (masculino e feminino), para as pessoas ou coisas personificadas; dois para as aves, um neutro para pessoas ou coisas personificadas, um neutro para coisas indeterminadas e, por fim, dois para designar, duma maneira geral, todos os seres animados, com excepção de coisas personificadas. Exemplo:

Lunga (o homem) Pfwo (a mulher)
Demba (o galo) Tchari (a galinha)
Kunji (o macho) Tchihwo (a fêmea)
Mutfu (a pessoa) Tchuma (a coisa)

Assim, quando se torna necessário determinar o sexo, sempre que a palavra o não indica por contexto ou por si mesma, forma-se o género juntando as palavras kunji ou tchihwo, regidas do respectivo genitivo para o masculino e feminino, tendo sempre em atenção as formas a empregar. Exemplo:

1ª forma – Só para pessoas ou coisas personificadas:

Mutfu wa lunga (pessoa homem ou pessoa macho, ‘’pessoa de macho’’)
Mutfu wa pfwo (pessoa mulher ou pessoa fêmea, ‘’pessoa de fêmea’’)
Mwana lunga (criança rapaz ou criança macho)
Mwana pfwo (criança rapariga ou criança fêmea)
Kanuke wa lunga (rapaz ‘’moço’’, macho ‘’rapaz de macho’’)
Kanuke wa pfwo (rapariga ‘’moça’’, fêmea ‘’rapariga de fêmea’’)
Kabindji wa lunga (escravo macho ‘’escravo de macho’’)
Kabindji wa pfwo (escravo fêmea ‘’escravo de fêmea’’)
Hamba rya lunga (ídolo macho ‘’ídolo de macho’’)
Hamba rya pfwo (ídolo fêmea ‘’ídolo de fêmea’’)

2ª forma – Como se vê, as palavras mutfu atfu (pessoa/s), podem ser designadas por género neutro, se queremos apenas indicar pessoas ou coisas personificadas, indefinidamente. Exemplo:

Mutfu kachi-ku (nem uma pessoa, ninguém está)
Atfu ku a-ri (há algumas pessoas, há gente)

3ª forma – Só para aves:

Kasumbi wa ndemba (galináceo macho ou galináceo de macho)
Ndemba kasumbi (macho galináceo)
Kasumbi wa tchari (galináceo fêmea) ou tchari tcha kasumbi (fêmea de galináceo)
Kajia wa ndemba (ave macho) ou ndemba kajia (macho ave)
Kajia wa tchari (ave fêmea) ou tchari tcha kajia (fêmea de ave)

4ª forma – Para qualquer ser animado, excepto para pessoas ou coisas personificadas:

Kachitu wa kunji (o animal macho ou animal de macho)
Kachitu wa tchihwo (o animal fêmea ou animal de fêmea)
Kunj’a panga ou panga wa kunji (ovelha fêmea)
Ngombe wa kunji ou kunj’a ngombe (boi macho ou boi de macho)
Tchihwo tcha ngombe ou ngombe wa tchihwo (boi fêmea ou boi de fêmea)

5ª forma – Para coisas indeterminadas:

Tchuma (coisa) Yuma (coisas)
Imate (coisa) Yumate (coisas)

Como se pode observar, só na 3ª e 4ª formas é que o género se pode empregar antes ou depois do nome, visto que, para pessoas ou coisas personificadas, se emprega sempre depois. Até nisto eles distinguem bem as pessoas de qualquer outro ser animado, porque como eles dizem, nenhum outro animal sabe pensar e raciocinar como o homem.

Exemplo:

Ndemba kasumbi ka-tchina bwalu kasumbi wa tchari ku a-ri kunu (o galo fugiu, mas a galinha está aqui; ficou)
Tchihwo tcha ngombe a-sema, hindu ngombe wa kunji kachiku sema (a vaca pariu mas, contudo, o boi não pode parir).


A ordem é arbitrária.
Com excepção dos substantivos, que têm uma forma para os dois números e que são ainda em número bastante elevado, todos os outros têm dois números (singular e plural), os quais se distinguem por prefixos diferentes, posto que, tal como em todas as outras línguas bantas, esta é também uma língua prefixativa ou aglutinada.
Para completar o que atrás ficou dito, expomos a seguir o quadro da transcrição fonética de dez vocábulos, nos quais são empregues os grafemas k, g, ch, tch, ny, e, w, yi, j, cujos sons poderiam suscitar alguma dúvida.
O referido quadro foi elaborado de acordo com o preceituado pela Association Phonétique International (API) e pela Nova Gramática Contemporânea (de Celso Cunha e Lindley Cintra).


QUADRO DA TRANSCRIÇÃO FONÉTICA DOS GRAFEMAS ADOPTADOS NA ESCRITA DA LÍNGUA UTCHOKWE DO NORDESTE DE ANGOLA, DE ACORDO COM O PRECEITUADO PELA ASSOCIATION PHONETIQUE INTERNATIONALE (A P.I.)
 
 


Lendas míticas (segundo João Vicente Martins)

Lenda mítico-histórica e oral do grupo Lunda-Tchokwe sobre a sua ascendência divina e criação do Universo

Segundo a história tradicional e oral, que o autor ouviu da boca dos mais idosos e categorizados chefes destas duas etnias, tanto os Lundas como os Tutchokwe e todos os povos negros, descenderiam dos Bungus, e estes directamente do Nzambi (Deus supremo da mitologia Tchokwe).

Eis, pois, tal como nos foi contada, a história da criação do Universo e a ascendência divina destes povos.

O Nzambi, a quem também chamam Ndala Karitanga (Deus que se criou a si próprio) e Sá Kalunga (Senhor infinitamente grande, Deus supremo e infinito), depois de ter criado o Mundo e tudo quanto nele existe, criou uma mulher para que fosse sua esposa e para que, por seu intermédio pudesse ter descendência humana, a fim de que esta povoasse a Terra e dominasse todos os animais selvagens, por ele também criados. Disse então sua esposa que passaria a chamar-se Ná Kalunga, em virtude de a filha que iria dar à luz, se chamar Kalunga.

Com efeito, tal como o Nzambi tinha anunciado, passados nove meses nasceu sua filha Kalunga. Esta foi crescendo como qualquer criança normal, junto dos seus divinos pais, na tchehunda tcha Nzambi (aldeia de Deus).

Logo que sua filha atingiu a puberdade, o Nzambi, seu pai, informou Ná Kalunga, sua esposa, que tencionava fazer uma caçada, durante os três meses da época seca e que, para não ir sozinho, levaria sua filha com ele.

Esta resolução não agradou à divina esposa que tentou opôr-se a que sua filha o acompanhasse. Porém, o Nzambi lembrou-lhe que ela tinha sido por ele criada para lhe obedecer, visto que, além de seu marido, era também seu Deus.

Contrariada, mas impotente para obrigar o esposo a desistir do seu intento, limitou-se a deixar ir a filha com o pai, enquanto ela ficou a chorar amargamente.
Logo que chegaram ao local escolhido para a caçada, o Nzambi, instantaneamente, construiu uma palhota, na qual instalou uma só cama.

Ao ver um único leito, a filha do Nzambi recusou-se a dormir com seu pai e saiu a chorar da cabana.

Ao ver a recusa da filha e não podendo convencê-la doutra forma, disse-lhe que se não fosse imediatamente para junto dele, seria devorada pelas feras que infestavam a floresta.
Transida de medo pelo que acabava de ouvir, Kalunga entrou novamente na cabana, deitou-se junto de seu pai e com ele dormiu não só naquela noite mas durante todo o tempo que durou a caçada.


Finda esta, regressaram a casa e a Ná Kalunga, tal como tinha previsto, verificou que a filha estava grávida do próprio pai. Enraivecida pelo ciúme e pelo desgosto, no meio das maiores blasfémias, enforcou-se numa árvore, perante os olhares atónitos da filha e do marido, que nada fizeram para evitar o suicídio.

Desgostoso pela atitude da mulher, que não quis compreender os seus desígnios para povoar o Mundo que ele tinha criado, mostrando ser indigna de continuar a ser esposa daquele que lhe tinha dado o ser, em vez de lhe dar vida, novamente amaldiçoou-a e transformou-a num espírito maligno, a que deu o nome de Mujimo (designa ventre mas, neste caso, significa o espírito da primeira mãe que existiu na Terra).

A partir dessa altura, o Nzambi passou então a viver maritalmente com sua filha Kalunga, a qual, depois da morte da mãe, passou a chamar-se também Ndala Karitanga e a ser a segunda divindade.

Algum tempo depois da morte de sua mãe, durante um sonho, teve uma visão que a deixou apavorada. Viu a mãe com a cabeça apoiada nas mãos, a olhá-la com rancor e a insultá-la, mordida pelo ciúme que ainda a devorava, enquanto ela, envergonhada, lhe pedia desculpa e lhe dizia que de nada era culpada, visto que seu pai a tal a tinha obrigado. No meio desta aflição acordou e contou ao pai o seu pesadelo. Este sossegou-a, dizendo-lhe que nada receasse daquela que tinha sido sua mãe e que agora era espírito mau, pois que ela nenhum mal lhe poderia fazer, mas apenas lhe pedia comida. Portanto, disse ele, vamos dar-lha.

Levantaram-se ambos e ele fez um pequenino montão de terra, junto da porta da casa, simulando uma sepultura. Disse, então, à filha que fosse buscar carne e outra comida e a pusesse sobre aquela sepultura, proferindo, ao mesmo tempo, as seguintes palavras:

Mama ngu n’ezanga ua-ku-ku-rila. Halapuila kanda uiza kuri yami nawa; ny ngu-na-ku mono nawa, ngu n’eza ny ku ku cheha (minha mãe, acabo de vir chorar-te; agora não voltes ter comigo outra vez porque, se volto a ver-te, venho matar-te).

Chegado que foi o tempo, Kalunga deu à luz um filho ao qual seu pai-avô deu, também, o nome de Ndala Karitanga, passando este a ser a terceira divindade.
Logo que seu filho-neto cresceu e atingiu a adolescência, o Nzambi ordenou-lhe que casasse com sua mãe Kalunga, para que esta concebesse dele muitos filhos, de ambos os sexos, a fim de povoarem a Terra e dominarem todos os animais.

Cumprindo as ordens do Nzambi, sua filha e seu filho-neto casaram e tiveram um filho e uma filha. Quando estes chegaram à maioridade, o Nzambi ordenou, então, que o primeiro casasse com o pai, dizendo que já não se justificava a primeira união que ele tinha ordenado, informando-os ainda que, depois daquelas uniões, as seguintes se fizessem só entre primos cruzados.

Por fim, depois de lhes ter ensinado tudo o que deveriam fazer, para que a sua descendência crescesse e se multiplicasse, para que lutasse contra as doenças e os feitiços que um dos seus descendentes, do sexo feminino, viria a possuir, porque ele lhos legara, o Nzambi despediu-se de todos. Chamando, depois, o seu cão, que sempre o acompanhava, dirigiu-se para a tchana tcha Mweu (planalto do Mweu) e dali subiu para o espaço, levando consigo o cão.

Naquela altura, as rochas estavam moles, por terem sido formadas há pouco tempo. Ainda hoje se podem observar as pegadas esculpidas, numa rocha ali existente, especialmente do pé direito do Nzambi, assim como da pata dianteira do seu cão. Estas pegadas existem também em diversas outras rochas por toda a África, incluindo Angola.



Foi, pois, ali que o Nzambi subiu à tchehunda tcha Nzambi (aldeia de Deus), ou céu como nós lhe chamamos, onde se conserva, através dos séculos, para recompensar os bons e castigar os maus.

À pergunta que fizemos a diferentes tutchokwe, como é e quem foi que criou o Nzambi, eles responderam, apenas que, sendo ele Ndala Karitanga, se deve ter criado a si mesmo e que tudo o mais é mistério que jamais alguém conseguiu ou conseguirá desvendar.

Além desta lenda, existe uma outra sobre a criação do Homem e do povoamento da Terra, que todos os tutchokwe de certa idade, como depositários da tradição oral, conheciam naquela altura e nós tivemos a sorte de recolher. Vejamos, pois, o que ela diz:

‘’Nzambi, depois de ter criado o Mundo, criou também duas pessoas, a quem chamou Sá Mutfu e Ná Mutfu. A primeira criou-a com o sexo masculino; a segunda não tinha sexo, o que a entristecia.

O Nzambi criou-as e deixou-as no monte a que os lundas chamam Ilundu Nyi Senga e a que os tutchokwe dão o nome de Lundu Nyi Senga, situado, segundo afirmam, entre Kapanga e Sandoa, na região de Katanga. Ali construíram a sua casa as duas recém-criadas pessoas, junto da nascente do ribeiro Lwila, afluente do rio Lulua. Ao deixá-las, antes de subir para o espaço acompanhado do seu cão, onde ainda hoje se encontra, o Nzambi entregou ao Sá Mutfu um cão, uma enorme cabaça e um embrulho, dizendo-lhe:

- Aqui tens um cão que será o teu mais fiel companheiro e caçará para ti. Nesta cabaça estão todos os animais, de tamanho minúsculo, necessários ao povoamento da Terra, mas só deves abri-la quando chegares perto do Kalunga ká meya (mar), para que eles saiam em boa ordem, cresçam, se multipliquem e te obedeçam. Depois de teres feito isto, no regresso, lavas o conteúdo do embrulho na água dos dois primeiros ribeiros que atravessares; só depois poderás entregá-lo à tua companheira Ná Mutfu, que o colocará no Mumelu (região púdica), a fim de que ela possa procriar, isto é, ter muitos filhos e filhas e ambos possais multiplicar a vossa espécie.

Cumprindo as ordens que recebera do Nzambi, o Sá Mutfu, acompanhado do seu cão, dirigiu-se para o Ocidente, em direcção ao mar, levando consigo a grande cabaça e o embrulho, enquanto Ná Mutfu ficou em casa, pois não se sentia com forças para o acompanhar.

O Sá Mutfu andou, andou, até que vendo o rio Cassai e julgando tratar-se do mar que o Nzambi lhe tinha falado, destapou a cabaça e todos os animais saíram num instante. Quando o Sá Mutfu reparou que se tinha enganado e que aquilo era um rio e não o mar, chamou pelos animais, para que voltassem a entrar na cabaça, a fim de os levar para junto do mar. Chamou, chamou, mas nenhum deles regressou à cabaça.
Pela mesma razão, o primitivo nome do rio Cassai era ‘’Karum’’, vocábulo lunda que significa mar.

Aborrecido e triste por se ter enganado, e os animais lhe não terem obedecido, regressou a casa, seguido do seu cão. O aborrecimento e a tristeza eram tais que se esqueceu de lavar o conteúdo do embrulho na água dos dois primeiros ribeiros que atravessou, como o Nzambi lhe tinha indicado. Por tal motivo, quando já estava perto de casa, sentindo que o embrulho exalava um cheiro esquisito, deitou-o fora.
Quando chegou a casa e contou a Ná Mutfu o que lhe tinha sucedido, esta ficou indignada por ele ter aberto a cabaça antes de ter visto o mar.


E o embrulho que o Nzambi te deu, que lhe fizeste ? – Interrogou a Ná Mutfu.
Deitei-o fora porque começou a cheirar mal.
Ouvindo isto, a Ná Mutfu mais aborrecida ficou e disse-lhe:
Volta imediatamente atrás com o cão, a fim de recuperares o embrulho que me pertence e não me apareças aqui sem ele.

Cumprindo a vontade da sua companheira, o Sá Mutfu foi com o cão, que encontrou o embrulho, à beira do ribeiro Lwila, entregando-o ao dono.
Satisfeito, o Sá Mutfu regressou a casa e entregou o malcheiroso embrulho a Ná Mutfu. Esta desmanchou-o e, tirando o seu conteúdo, colocou-o na região púdica, onde ficou implantado, transformando-se, assim, naquele instante, a Ná Mutfu em mulher.

Reparando, então, que eram de sexos diferentes, a ri-mbata (acasalaram-se); em lunda, atejane.

Daquela união nasceu uma filha de nome Ná Konda. Esta, por sua vez, concebeu de seu pai, Sá Mutfu, cinco filhos e três filhas. Aos filhos deram os nomes, por ordem de nascimento, de Kanongwena, Naweji, Sá Kambundji, Mwazanza e Tchinyama; as filhas chamavam-se Kasai, Lweji e Tembo.

Do Kanongwena descenderiam os povos Baluba, Baquete, Bena-mai, Lulua e outros de língua semelhante; de Sá Kambundji, os Xinges e os Minungos; de Tchinyama os Luenas. Os progenitores dos Lundas teriam sido Lweji, Naweji, e Mwazanza; dos Tutchokwe, Kasai e Tembo.

O rio Cassai teria tomado este nome, depois de nele ter perecido a mãe dos Tutchokwe ou Kasai. Esta, segundo a lenda, tendo-se ausentado de Lundu nyi Senga, quando regressou, disseram-lhe que seus filhos tinham seguido para o lado onde o Sol se esconde.
Ouvindo isto, ficou desolada e foi atrás dos filhos. Ao chegar junto do rio Cassai, julgando que eles o tinham atravessado, lançou-se à água, a fim de o atravessar também, e lá morreu afogada. Dali em diante, o ‘’Karum’’ passou a chamar-se Cassai.


Lenda mítico-histórica Tchianza Ngombe e de Mâma Nyaweji


Segundo diz esta lenda, no princípio existia só o Tchianza Ngombe ou Yanvua Ngombo e Mâma Nyaweji, a grande serpente que criou o mundo e tudo quanto nele existe, incluindo a ‘’meia’’ (água) e a ‘’kahia’’ (fogo).

Aparece depois o Sá Kasanji ‘’Katanga Watangile atfu eswe nyi moko nyi molo, Yie ma tala atfu eswe, bwalo atfu katu matalie’’ (Katanga criou todas as pessoas, os braços e as pernas. Ele olha para todas as pessoas, mas elas não olham para ele, ninguém o vê).

Tchianza Ngombe casou com o ‘’Nzaji (trovão) nyi aya nenye mwilu’’ e foi com ele para cima, para o espaço, para o céu, onde permanece com seus filhos.

Também há a crença, entre alguns Tutchokwe, que o Sol é o fogo dos raios e faíscas e que na sua marcha diária aparece, nasce ‘’Nu Ngangela’’ (Oriente) de manhã e ‘’mafwa (morre) Ku Luanda’’ (Ocidente). Com o ‘’Kakweje’’ (Lua) sucede o mesmo. ‘’Afwa’’ (morre) ‘’nyi atetama nawa’’ (e aparece, nasce outra vez na Lua Nova).

Crêem que a Lua é a companheira da noite, do mal, da doença e da morte, enquanto o Sol é a clara luz do dia, o bem, a saúde e a vida.

Tal como os antigos egípcios, também os Tutchokwe consideram o Oriente como a vida, o bem e tudo quanto há de bom, enquanto o poente é considerado como o lado onde morre o Sol e, por isso, de onde vem a doença, a morte e tudo quanto é mau.
Também crêem que as ‘’tongonoche’’ (estrelas) seriam pontos de fogo do ‘’Nzaji’’.

Seriam elas quem manda a ‘’nvula’’ (chuva). Esta seria a urina das estrelas que faz crescer ‘’mitondo mwesue’’ (todas as plantas).

Quanto a Nyaweji ou Tcianza Ngombe ‘’uri mu iche ria mavo’’ (está por baixo da terra) é o dono e senhor da terra e de todas as coisas que nela existem, incluindo todas as águas dos rios, lagos e mares.

Do ventre de Tchianza Ngombe nasceram duas pessoas irmãs: Sá Mutfu e Ná Mutfu. Como o primeiro era homem e a segunda era mulher, casaram-se. Desta união nasceram duas crianças: Kandi Ya Matele e Yala. Estes, por sua vez, casaram também.

Deste casamento nasceram Mwako e Kaweji, que também casaram e tiveram dois filhos: Yala Mwako e kondi, que também casaram e tiveram um rapaz chamado Mwako Ya Kondi, e outro de nome Yala Mwako, ou seja, o nome do seu ‘’Kaka’’ (avô). Este último foi o pai de Tchinguli ou Tchinguri Mbangala, de Tchinyama mukwa Luena e de Lweji Ya Kondi.

Yala Mwako era o chefe de todos os outros chefes Tumbungo (plural de Bungo, Mbungo ou Kambungo), tal como sucedia em quase toda a África ao Sul do Sahara e na África Oriental, incluindo a Etiópia, antes da queda da monarquia, onde o Négus era o imperador ou rei dos rás, isto é, chefe de todos os chefes de aldeia, clã ou etnia, o senhor dos senhores. Era uma espécie de feudalismo, como sucedia no Império Lunda, onde também estava consagrado o poder local.


CULTURA-LUNDA TCHOKWE

Postado: Kitaloji On 22:42 0 comentários

Os Tchokwe / Chokwe desfrutam de uma admirável tradição de esculpir máscaras, esculturas e outras figuras. A sua arte inventiva e dinâmica, é representativa das várias facetas inerentes a sua vida comunitária, dos seus contos míticos e dos seus preceitos filosóficos. As suas peças de arte gozam de um papel predominante em rituais culturais, representando a vida e a morte, a passagem para a fase adulta, a celebração de uma colheita nova ou ainda o início da estação de caça.


Banco

Origem:
(Livro) : Escultura Angolana, Memorial de culturas, Museu Nacional de Etnologia, Electa-Lisboa 94.


Banco

Origem:
(Livro) : Escultura Angolana, Memorial de culturas, Museu Nacional de Etnologia, Electa-Lisboa 94.


Banco

Origem:
(Livro) : Escultura Angolana, Memorial de culturas, Museu Nacional de Etnologia, Electa-Lisboa 94.


Banco

Origem:
(Livro) : Escultura Angolana, Memorial de culturas, Museu Nacional de Etnologia, Electa-Lisboa 94.


Banco

Origem:
Bermuda National Gallery


Banco

Origem:
The Minneapolis Institute of Arts


Cachimbo

Origem:
Escultura Angolana, Memorial de culturas, Museu Nacional de Etnologia, Electa-Lisboa 94.


Cachimbo

Origem:
Escultura Angolana, Memorial de culturas, Museu Nacional de Etnologia, Electa-Lisboa 94.


Ceptro

Origem:
Escultura Angolana, Memorial de culturas, Museu Nacional de Etnologia, Electa-Lisboa 94


Bastão

Origem:
Escultura Angolana, Memorial de culturas, Museu Nacional de Etnologia, Electa-Lisboa 94


Ceptro

Origem:
Escultura Angolana, Memorial de culturas, Museu Nacional de Etnologia, Electa-Lisboa 94


Bastão

Origem:
Escultura Angolana, Memorial de culturas, Museu Nacional de Etnologia, Electa-Lisboa 94


Ceptro

Origem:
Escultura Angolana, Memorial de culturas, Museu Nacional de Etnologia, Electa-Lisboa 94


Bastão

Origem:
Escultura Angolana, Memorial de culturas, Museu Nacional de Etnologia, Electa-Lisboa 94


Ceptro

Origem:
Escultura Angolana, Memorial de culturas, Museu Nacional de Etnologia, Electa-Lisboa 94


Ceptro

Origem:
Escultura Angolana, Memorial de culturas, Museu Nacional de Etnologia, Electa-Lisboa 94



Cesto de Advinhação
Práticas de adivinhação são métodos de lidar com o desconhecido, usando poderes espirituais. Os sinais e símbolos utilizados são considerados elementos de comunicação directa com o reino dos espíritos. Entre os Chokwe, a prática de adivinhação ocupa um lugar dominante em suas vidas, através do qual buscam-se formas de entendimento e orientação para lidar com situações de morte, doença, mudança, acidente e até mesmo na tomada de decisões. O cesto de adivinhação, constitui um dos métodos mais comuns de adivinhação praticado na comunidade Chokwe. A cesta contém variadíssimos objectos simbólicos representativos de possíveis problemas e situações sociais do universo Chokwe.

Origem:
Metropolitan Museum of Art - Art and Oracle


Cesto de Advinhação

Origem:
UMFA,Utah Museum of Fine Arts


Chibinda Ilunga
Chibinda Ilunga, antepassado de todos os chefes Chokwe. Herói cultural e caçador legendário. Constitui a melhor representação conhecida de um chefe.

Chibinda Ilunga e Lweji

Origem:
In the Presence of Spirits


Chibinda Ilunga

Origem:
Escultura Angolana, Memorial de culturas, Museu Nacional de Etnologia, Electa-Lisboa 94.


Chibinda Ilunga

Origem:
Escultura Angolana, Memorial de culturas, Museu Nacional de Etnologia, Electa-Lisboa 94.


Chibinda Ilunga

Origem:
Kimbell Art Museum


Chibinda Ilunga

Origem:
Treasures

Cihongo
As máscaras Cihongo simbolizam poder e riqueza, representam homens poderosos e ricos. São utilizadas nas danças juntamente com as máscaras Mwana pwo para assim trazer fertilidade e prosperidade à comunidade.


Cihongo

Origem:
Remnants of Ritual


Cihongo

Origem:
The Barakat Gallery


Cihongo

Origem:
Escultura Angolana, Memorial de culturas, Museu Nacional de Etnologia, Electa-Lisboa 94


Cihongo

Origem:
Remnants of Ritual

Danças

Danças

Origem:
Lino Buambua


Danças

Origem:
Lino Buambua


Danças

Origem:
Lino Buambua


Estatuetas

Estatueta - Esposa de Chefe

Origem:
Treasures


Estatueta de Chefe

Origem:
Escultura Angolana, Memorial de culturas, Museu Nacional de Etnologia, Electa-Lisboa 94


Estatueta de Chefe

Origem:
Escultura Angolana, Memorial de culturas, Museu Nacional de Etnologia, Electa-Lisboa 94


Estatueta Feminina

Origem:
Escultura Angolana, Memorial de culturas, Museu Nacional de Etnologia, Electa-Lisboa 94


Estatueta Feminina

Origem:
Escultura Angolana, Memorial de culturas, Museu Nacional de Etnologia, Electa-Lisboa 94


Estatueta Feminina

Origem:
Africa - Galerie fur afrikanische Kunst

Instrumentos Musicais


Mbira

Origem:
Claude Brown Collection

Jingoma


Origem:
Lino Buambua


Origem:
Lino Buambua


Origem:
Escultura Angolana, Memorial de culturas, Museu Nacional de Etnologia, Electa-Lisboa 94


Origem:
The Ohio University African Art Collection

Máscaras


Máscara Txipepa

Origem:
Lino Buambua


Máscara de dança Ngulu

Origem:
In the Presence of Spirits


Máscara Calianga

Origem:
Lino Buambua


Máscara Cantabela

Origem:
Lino Buambua


Máscara Catalamutxanga

Origem:
Lino Buambua


Máscara Catoio

Origem:
Lino Buambua


Máscara Muangi (cantabela)

Origem:
Lino Buambua


Máscara Txicunza

Origem:
Lino Buambua

Mukanda


Soba Tchimba com Ikanza

Origem:
Lino Buambua


Cikunza usada na

Origem:
Escultura Angolana, Memorial de culturas, Museu Nacional de Etnologia, Electa-Lisboa 94


Usada na Mukanda.

Origem:
Escultura Angolana, Memorial de culturas, Museu Nacional de Etnologia, Electa-Lisboa 94


Usada na Mukanda.

Origem:
Escultura Angolana, Memorial de culturas, Museu Nacional de Etnologia, Electa-Lisboa 94


Usada na Mukanda.

Origem:
Escultura Angolana, Memorial de culturas, Museu Nacional de Etnologia, Electa-Lisboa 94


Kalelwa
Ritual

Origem:
Lino Buambua


Grupo de jovens no processo.

Origem:
Lino Buambua


Instructor de Mukanda

Origem:
Lino Buambua


Jovens (Tundandji) e alguns

Origem:
Lino Buambua


Jovens (Tundandji) no Mukanda

Origem:
Lino Buambua



Jovens sendo levados para o

Origem:
Lino Buambua


Preparação para a saída do

Origem:
Lino Buambua

Pentes


Pente

Origem:
Escultura Angolana, Memorial de culturas, Museu Nacional de Etnologia, Electa-Lisboa 94


Pente

Origem:
The Cleveland Museum of Art


Pente

Origem:
The Cleveland Museum of Art


Pente

Origem:
The Minneapolis Institute of Arts


Pente

Origem:
Escultura Angolana, Memorial de culturas, Museu Nacional de Etnologia, Electa-Lisboa 94

Pwo - Mwana Pwo
Pwo representa uma personagem antepassada, adulta, madura e bonita do sexo feminino. Cheia de dignidade e espiritualidade. Representa todos os atributos positivos da mulher ideal, simbolizando o protótipo da figura feminina Chokwe. Assim sendo, na dança, Pwo representa a encarnação de uma personagem feminina que concede fertilidade. Embora as máscaras Pwo sejam usadas por jovens do sexo masculino durante os rituais de iniciação/puberdade na Mukanda, elas são usadas para honrar a mulher, especialmente as mães dos jovens que participam no ritual. Recentemente Pwo ficou conhecida como Mwana Pwo, o ideal da beleza jovem feminina. Representa a mulher jovem, que foi submetida ao ritual de iniciação, estando prontas para o casamento.


Mwana Pwo

Origem:
Lino Buambua


Mwana Pwo

Origem:
Casa de Angola, Lisboa


Mwana Pwo

Origem:
The Minneapolis Institute of Arts


Mwana Pwo

Origem:
Escultura Angolana, Memorial de culturas, Museu Nacional de Etnologia, Electa-Lisboa 94.


Mwana Pwo

Origem:
Escultura Angolana, Memorial de culturas, Museu Nacional de Etnologia, Electa-Lisboa 94.


Mwana Pwo

Origem:
Remnants of Ritual


Mwana Pwo

Origem:
Lino Buambua


Tabaqueira


Tabaqueira

Origem:
The Cleveland Museum of Art


Tabaqueira

Origem:
Escultura Angolana, Memorial de culturas, Museu Nacional de Etnologia, Electa-Lisboa 94


Tabaqueira

Origem:
Escultura Angolana, Memorial de culturas, Museu Nacional de Etnologia, Electa-Lisboa 94


Tabaqueira

Origem:
Escultura Angolana, Memorial de culturas, Museu Nacional de Etnologia, Electa-Lisboa 94


Tabaqueira

Origem:
Escultura Angolana, Memorial de culturas, Museu Nacional de Etnologia, Electa-Lisboa 94


Tabaqueira

Origem:
Madre África

Tronos - Cadeiras
Durante o século XVII, foram introduzidas cadeiras portuguesas na cultura Chokwe, cujos modelos foram adoptados nos tronos dos chefes. O estilo europeu foi adaptado à realidade quotidiana da vida Chokwe, ilustrando variadíssimos aspectos culturais, tais como: cenas políticas, cenas de iniciação, mitos e parábolas e adivinhação. Os tronos/cadeiras Chokwe tornaram-se, assim, únicos e distintos.


Cadeira de Chefe

Origem:
UMFA, Utah Museum of Fine Arts


Trono

Origem:
Escultura Angolana, Memorial de culturas, Museu Nacional de Etnologia, Electa-Lisboa 94


Trono

Origem:
Escultura Angolana, Memorial de culturas, Museu Nacional de Etnologia, Electa-Lisboa 94


Trono

Origem:
Escultura Angolana, Memorial de culturas, Museu Nacional de Etnologia, Electa-Lisboa 94


Trono

Origem:
Escultura Angolana, Memorial de culturas, Museu Nacional de Etnologia, Electa-Lisboa 94


Trono

Origem:
Escultura Angolana, Memorial de culturas, Museu Nacional de Etnologia, Electa-Lisboa 94


Cadeira Real

Origem:
Virgínia State University, VSU


Cadeira l

Origem:
Princenton University Art Museum